UNIVERSO CLANDESTINO
Lucy
Sendo ainda casada com Ulysses, tinha virado simpatizante desta organização, e tinha escondido vários dirigentes da mesma. Escondeu na sua casa por duas vezes o próprio Carlos Lamarca, que tinha desertado do exército para se envolver em ações de luta armada. Iara Iavelberg, também militante e companheira de Lamarca, era uma grande amiga de faculdade. O casal era um dos mais buscados pela ditadura militar, com fotos espalhadas por todo o país.
Posteriormente Heleny entra fazer parte de um Grupo de Inteligência de Informação da VPR, organização político-militar criada em 1968 em sua maioria por estudantes e ex-militares. Seu objetivo era lutar contra o regime militar instalado no Brasil em abril de 1964, após a derrubada do governo constitucional de João Goulart. Seu principal líder foi o capitão Carlos Lamarca.
Os militantes da VPR formalmente se organizavam em células de três elementos que não tinham comunicação umas com as outras. De cada célula saía um membro para um escalão superior, também integrado por três pessoas. Essa célula de nível superior destacava um elemento para integrar uma outra de nível mais alto, também composta de três elementos. Esse tipo de organização na prática nem sempre se apresentava dessa forma. A VPR, como todas as organizações guerrilheiras, se reunia em apartamentos e casas de bairros de classes alta e média, ludibriando assim as buscas da polícia.
Mesmo que não participasse diretamente de nenhuma ação, esta decisão mudou drasticamente os rumos da sua vida. Perseguida pelos órgãos de segurança nacional teve que entrar na clandestinidade. Ela desde o início usa o codinome de Lucy.
Em abril de 1970 é sequestrada em Poços de Caldas (MG) e duramente torturada durante tres días. Por causa de grave hemorragia é trasladada para o Hospital Militar até se recuperar. É levada para o DOPS e daí ao Presídio Tiradentes onde fica presa práticamente um ano. Só três mêses depois de ser solta é desaparecida no Rio de Janeiro. Seu corpo nunca foi achado.